Fences


Baseado no espetáculo teatral de mesmo nome, Fences carrega a assinatura de Denzel Washington diretor e ator, dando vida ao turrão Troy Maxson. Marcado por uma série de episódios dolorosos, o personagem luta diariamente para trazer o sustento de casa. Quando mais jovem alimentou o sonho de ser um grande jogador de baseball, frustrado, o homem conduz a própria vida e a família como se todos fizessem parte do jogo. 

A história se passa nos anos de 1950, período marcado pela luta dos direitos civis liderada por Matin Luther King, as tensões da segregação racial e a reconquista da auto estima da população negra. Troy trabalha como coletor de lixo ao lado do amigo Jim Bono (Stephen Henderson) e é nos diálogos entre eles que conhecemos a parcela mais leve do personagem principal. Orgulhoso e reclamão, Troy encontra porto seguro em sua esposa, Rose Maxson, personagem que rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante a Viola Davis.

Seria demais reduzir Fences  a um drama doméstico de uma típica família negra americana, é muito mais que isso. Denzel dá vida a um personagem que está na maioria das vezes na defensiva, vivendo sempre no limite do possível em tudo. No trabalho, sua amizade com Bono, seu relacionamento com os filhos, com a esposa, nos afazeres domésticos... A cerca que ele constrói no quintal também é simbólica, a dificuldade de erguê-la se reflete na dificuldade de lidar com os problemas que vão surgindo ao longo da história. Tudo para ele precisa ser, e é muito objetivo, ou está do lado de fora, ou está do lado de dentro da cerca e só ele define. 

A grande aposta desse filme é na densidade de todos os personagens suas relações, suas alegrias e suas dores.

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